Passado mais de um ano da quebra do Lehman Brother (15 de setembro de 2008) que aprofundou a crise financeira, temos muito o que comemorar neste fim de ano. Afinal de contas a economia global não mergulhou nas trevas da depressão, como todos temiam.
Ao contrário do cenário catastrófico, os resultados do terceiro trimestre nas principais economias-- mesmo que tímidos-- apontam para uma retomada do cresciemento no próximo ano. Será essa retomada sustentável, quando se sabe que está assentada sobre a areia movidiça do binômio incentivos fiscais e política monetária frouxa?
Aí que mora o perigo. Apesar de ainda ser necessária, servindo de muleta para sustentar a retomada do crescimento, tem contra-indicações, que são os déficits fiscais gigantescos e os endividamentos públicos igualmente elevados.
Peguemos como exemplo dois dos mais importantes países com centros financeiros poderosos- EUA e Inglaterra. As finanças dos EUA e do Reino Unido inspiram cuidados. O endividamento norte-americano está na ordem de 84,7% do PIB, caminhando para bater próximo de 100% no ano que vem. O Reino Unido a dívida bateu este ano nos 75,3% e será de 89,3% em 2010(os dados são da OCDE). Você imagina se o Brasil ou outro país emergente estivesse nessa situação, teria sido defenestrado pelas agências internacionais.
Os EUA tem uma economia forte e com potencial para superar essa fase, mas para isso acontecer tem que voltar a crescer com mais pujança para que o governo se refaça do rombo nas suas finanças. Entretanto não é o que se vislumbra para o próximo ano, quando a chaga do desemprego na faixa dos 10% pode levar a uma situação de longo período de baixo crescimento. As famílias norte-americanas continuam endividadas, tentando pagar dívidas hipotecárias e com cartões de crédito. Nesse caso há pouco consumo, indústrias operam com capacidade ociosa, não contratam, e na ponta o desemprego não cede. O fato a ser comemorado é que novos pedidos de seguro-desemprego vem caindo mês a mês, indicando uma estabilização dos índices de desempregado.
A retomada do crescimento dos EUA e das nações desenvolvidas é fundamental para o incremento do comércio internacional, principal alavanca do crescimento sustentável no mundo. Mesmo porque a maior economia emergente, a China, precisa do comércio internacional para continuar a crescer. O que significa absorver commodities de países como o Brasil.
Apesar das incertezas uma coisa é certa: o pior está ficando para trás. 2009 é um ano para esquecer. Vamos ser otimistas e acreditar em tempos melhores em 2010.
domingo, 27 de dezembro de 2009
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