terça-feira, 30 de março de 2010

Sobre o depoimento do vaccari

Acompanhei o depoimento do João Vaccari Neto no Senado hoje à tarde. O PSDB escalou um time de primeira linha. Estavm presente Tasso Jereissati, Álvaro Dias, Artur Virgílio, além de outros senadores desse partido. Isso mostra que eles sabiam da importância do depoimento.
Vaccari saiu-se muito bem. Respondeu a todas as perguntas, não aceitou provocações, permaneceu calmo. Ficou muito claro que a oposição está utilizando-se de fatos requentados, com denúncias sem nenhuma apresentar provas concretas, tão-somente para prejudicar o PT e por essa via prejudicar a pré-candidatura de Dilma Roussef. Ficaram o tempo todo com a reportagem de Veja em mãos, repetindo o que essa revistinha conservadora publicou semanas atrás.
Acho que ainda podemos depor novamente, dessa vez na CPI das Ongs. A não ser que o governo derrube a convocação, não aprovando a ata de reunião que convocou Vaccari.
Em todo caso, Vaccari mostrou domínio do assunto, está preparado pra repetir o êxito de hoje.

segunda-feira, 29 de março de 2010

Texto do Observatório da Imprensa sobre imprensa versus governo

25/03/2010 - 11h03
Imprensa versus governos
Por Luciano Martins Costa, do Observatório da Imprensa


Comentário para o programa radiofônico do OI, 25/3/2010.

O novo ataque do presidente da República aos jornais que qualificou de "tablóides", feito durante solenidade em Brasília, provocou editoriais, artigos, declarações e pouca ou nenhuma contribuição para evitar o desastre que se avizinha: um provável rompimento entre o Executivo e a imprensa.

O presidente Lula da Silva se queixa freqüentemente, e voltou a fazê-lo na solenidade de quarta-feira (24/3), de que a imprensa, ou parte dela, tem grande predileção pela desgraça. E de que cobre os atos do governo federal com má-fé. Citou, como exemplo, o que considera mau jornalismo: o governo constrói duas mil casas, nada sai nos jornais, mas se desaba um barraco, noticia-se que caiu uma casa.

Os jornais usam o discurso do presidente para reafirmar que ele sofre de "devaneio autocrático", conforme o editorial da Folha de S.Paulo (25/3), e que não tolera receber críticas. O presidente claramente demonstra exagerada necessidade de aprovação por parte da imprensa, suas alianças políticas são fonte permanente de más notícias, mas a afirmação do editorial carece de maior fundamento.

A Folha chega a publicar uma lista de entreveros de Lula com jornalistas, ou de declarações, que, segundo o jornal, descrevem sua relação conflituosa com a imprensa.

São apenas sete ocorrências em seis anos e os exemplos escolhidos não refletem necessariamente um estado de conflito permanente, mas um rol de episódios que poderiam ser considerados corriqueiros na vida de qualquer governante.

Censura e controle

A situação pode remeter ao período vivido pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em seu segundo mandato. A imprensa cobrava obcecadamente mudanças na economia, principalmente na política cambial. Quando finalmente o governo, após a reeleição do então presidente, desvalorizou o real, as críticas se renovaram, desta vez pelo motivo oposto, e o Brasil passou meses assombrado por avisos de retomada da inflação, alimentados pelos jornais.

No mesmo período, o voluntarismo de alguns repórteres, com base em vazamentos de inquéritos promovidos por representantes do Ministério Público, criou um inferno de acusações contra o então secretário-geral da Presidência, Eduardo Jorge Caldas Pereira.

Desde 2006, Eduardo Jorge vem colecionando uma série de vitórias na Justiça contra seus detratores.

É papel da imprensa fiscalizar o poder público – todos os poderes –, desconfiar em princípio de negócios envolvendo governos – todos os governos –, fazer as perguntas que ninguém quer ouvir. E cobrar as respostas.

Mas esse espírito precisa estar impregnado no fazer jornalístico, e deve ser praticado naturalmente em todas as relações da mídia com as instituições.

O risco da relação conflituosa entre governantes e a imprensa é o estabelecimento de um estado permanente de guerra, que certamente deprecia a imprensa e municia aqueles que, em qualquer instituição pública ou partido político, alimentem sonhos de controle do jornalismo.

Como a política nacional tem mais visibilidade, escapa aos observadores o fato de que também nos Estados há constantes problemas de relacionamento. Há governadores se queixando de má vontade ou partidarismo por parte dos jornais. E há partidos oposicionistas denunciando a adesão total da imprensa a governos locais.

Os jornais sempre reagem denunciando ameaças de censura.

Mas, atenção: é preciso atentar para a abissal diferença que existe entre a censura institucional à imprensa e o controle social dos meios de comunicação. Apesar dos esperneios de dirigentes de empresas jornalísticas, a liberdade da imprensa não corre o menor risco no Brasil.

Guerra declarada

O risco maior para a imprensa vem da própria imprensa, quando os jornais se associam para agir como um partido político. E quem faz essa revelação é a própria presidente da Associação Nacional dos Jornais (ANJ), Maria Judith Brito, conforme já apontado neste Observatório: em encontro realizado em São Paulo, a presidente da ANJ declarou textualmente, segundo O Globo: "A liberdade de imprensa é um bem maior que não deve ser limitado. A esse direito geral, o contraponto é sempre a questão da responsabilidade dos meios de comunicação", acrescentou – e até aí tudo bem. Mas ela continuou:

"E, obviamente, esses meios de comunicação estão fazendo de fato a posição oposicionista deste país, já que a oposição está profundamente fragilizada. E esse papel de oposição, de investigação, sem dúvida nenhuma incomoda sobremaneira o governo."

Intrinsecamente contraditória, a declaração estabelece a ruptura, afeta a credibilidade da imprensa e traz insegurança a todos os governantes, pois tal afirmativa serve também aos governos estaduais e dos municípios onde a oposição estiver fragilizada. Tal distorção – imprensa declaradamente partidária – independe de quem está no poder, uma vez que os jornais se assumem publicamente como partido político.

Quando a imprensa abandona seu eixo, todos saem perdendo. Principalmente a imprensa.

sexta-feira, 26 de março de 2010

Pesquisa que circula dá Dilma com 30% e Serra com 32%

Circula pesquisa do Vox dando a Dilma Rousseff com 30% e José Serra com 32%. Segundo revelou o Lauro Jardim no Radar do portal da Veja PIG, teria sido feita para o Ciro Gomes. A pesquisa não foi registrada, portanto não pode ser divulgada.
Esses números são alentadores e, claro, mostram o potencial de vitória da nossa candidata. Mas pesquisas são amostras do momento. Não vamos nos deixar levar por seus resultados. Vamos ter pela frente dias difíceis. Não haverá moleza. A grande mídia articulada com a candidatura de José Serra tudo fará para nos derrotar. Eles sabem que a nossa vitória representa o aprofundamento das mudanças democráticas e populares do governo Lula. Dilma Rousseff dará continuidade ao nosso governo, avançando ainda mais as conquistas que o povo brasileiro obteve nos oitos anos do presidente Lula.
Vão continuar com o denuncismo contra dirigentes do PT e de figuras públicas ligadas ao governo. Não vão parar. Vamos nos preparar para uma guerra política.
Onde houver um militante e uma militante do PT devem comportar-se como combatente de uma uma luta que no final o Brasil será recompessado pela vitória da esquerda, dos democratras e progressistas.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Merece registro a notícia que a Bolsa de Chicago(CME) está negociando com a Bolsa de Mercantil & Futuro/Bovespa(BM&F/Bovespa)a unificação do mercado mundial de biocombustíveis. Essa negociação, quando finalizada, irá transformar o etanol em commoditie, o que significará a universalização dos preços do biocumbustível, criando uma especificação dos parâmetros universais. O etano do milho produzido nos EUA deve ser semelhante ao produzido da cana no Brasil. É uma vitória do governo e dos empresários do setor que vem lutando para que isso acontecesse.

quarta-feira, 24 de março de 2010

Artigo de José Luís Fiori sobre Maria da Conceição Tavares no Valor Econômico

À mestra, com carinho

José Luís Fiori
24/03/2010




"Eu pessoalmente já fui para a cadeia, sem nem saber porque, dado que sou apenas uma rebelde, pelo que escrevo, pelo que esbravejo. Mas a vocês quero dizer o seguinte: já estou velha e cansada, mas não desisti. Não desisti ! Eu acho que tem que estudar mais, aprofundar, aprofundar a análise, batalhar"*

Maria da Conceição Tavares completa 80 anos no dia 24 de abril de 2010. Matemática, economista, intelectual com vasta formação histórica, filosófica e literária, professora, militante, deputada federal, torcedora fanática do Vasco e admiradora da Portela, Maria da Conceição se transformou nos últimos 50 anos, numa figura pública emblemática e numa referência decisiva na vida cultural e intelectual brasileira. Conceição nasceu num povoado, no interior de Portugal, perto de Anádia, na região de Aveiro. A família de sua mãe era católica e monarquista, mas seu pai era anarquista, e essa divisão familiar, ideológica e política marcou toda a sua infância, vivida em plena ditadura salazarista e durante a Guerra Civil espanhola.

Em 1953, Maria da Conceição se graduou em Matemática, na Universidade de Lisboa e pouco depois se mudou para o Brasil, aos 23 anos de idade, alguns meses antes do suicídio de Getulio Vargas. Em vários depoimentos sobre sua vida, Conceição confessa que se deixou envolver imediatamente pelo "otimismo brasileiro da década de 50" e pela intelectualidade carioca; apaixonada pelo sonho de Brasília, do Plano de Metas, da Bossa Nova e do Desenvolvimentismo, cantado em verso e prosa nos salões intelectuais do Rio de Janeiro, liderados pela geração de Darcy Ribeiro, Mario Pedrosa e Aníbal Machado. Ao lado dos nacional-desenvolvimentistas do Instituto Superior de Estudos Brasileiros - ISEB, e da geração de cientistas que começava a se reunir em torno da SBPC.

Em 1960, Maria da Conceição Tavares se formou em Economia na Universidade Federal do Rio de Janeiro onde foi aluna e assistente de Otavio Gouveia de Bulhões, ao mesmo tempo em que trabalhava com Inácio Rangel e com os economistas heterodoxos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE). Um pouco depois, já no escritório da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe, Cepal, no Rio de Janeiro, Conceição estabeleceu relações pessoais e intelectuais definitivas com Celso Furtado, Aníbal Pinto, e Raul Prebish. E foi assim, com um pé na ortodoxia neoclássica, o outro na heterodoxia estruturalista e com uma forte formação marxista e keynesiana que ela ingressou no debate econômico latino-americano ao publicar, em 1963, um artigo clássico, sobre o "auge e o declínio do processo de substituição de importações", onde ela explicava, de forma pioneira, os limites estruturais da estratégia de industrialização que era preconizada - naquele momento - por quase todos os economistas desenvolvimentistas.

A partir daí, e nas décadas seguintes, Conceição participou de quase todas as grandes polêmicas econômicas, do Brasil e do continente: nos anos 60 criticou a "tese estagnacionista" de Celso Furtado, e dos "teóricos da dependência"; nos anos 70, denunciou os limites financeiros do modelo de crescimento adotado pelo governo militar; nos anos 80, participou intensamente da discussão sobre a origem e a natureza da crise econômica e da hiperinflação no Brasil e durante a década de 90 escreveu inúmeros artigos e livros criticando as políticas e reformas neoliberais associadas à ideologia da globalização. Além disso, Maria da Conceição escreveu dois trabalhos de longo fôlego, sobre o "movimento cíclico da economia brasileira", que se tornaram suas teses de doutoramento, em 1974, na Unicamp, e de livre docência, na UFRJ, em 1977. Nas décadas de 80 e 90, Conceição participou do debate internacional sobre a "crise da hegemonia americana", inaugurando o campo da economia política internacional, no Brasil. Nesse período, ela foi professora, sucessivamente, da UFRJ, da FGV-RJ, da Cepal, da Universidade do Chile, da Universidade Nacional do México e da Universidade de Campinas, onde teve papel decisivo na formação da sua escola de economia.

Depois do golpe militar de 1964, Maria Conceição viveu no Chile, no México, e na França, antes de voltar ao Rio de Janeiro, e ser presa, em 1974. No Chile, Conceição participou da equipe econômica do governo de Salvador Allende, e depois, já de volta ao Rio, militou na luta pela redemocratização brasileira, dentro do PMDB, onde ajudou a formular o seu primeiro programa de governo, que se chamou de "Mudança e Esperança" e foi escrito em 1982.

Uma década depois, Maria da Conceição Tavares ingressou no Partido dos Trabalhadores, e foi eleita deputada federal, pelo Rio de Janeiro, em 1994. Hoje, olhando em perspectiva, se pode ver com claridade o papel decisivo que as suas ideias tiveram na formação do "pensamento econômico da Unicamp", que hoje é hegemônico dentro do Segundo Governo Lula; e também, na inflexão tardia e "desenvolvimentista" do PT, partido que se formou no início dos anos 80 sem nenhuma concepção econômica própria e sob forte influência das ideias antiestatistas, antinacionalistas e antigetulistas de quase toda a intelectualidade paulista, liberal e marxista, desde os anos 50.

Somando e subtraindo, Maria da Conceição Tavares, em toda a sua vida, foi sobretudo uma professora e uma humanista que ensinou várias gerações - dentro e fora do Brasil - a pensar o mundo com paixão, mas com absoluto rigor analítico; com coragem, mas com total lucidez; com espírito crítico, mas com grande otimismo histórico; com rebeldia anárquica, mas com um profundo sentido de compromisso com o seu povo e com as angústias do seu tempo. Além disso, em todos os lugares onde esteve, Conceição foi sempre uma mente provocadora e incapaz de acovardar-se ou de negar o seu próprio passado. Poucos professores no mundo, ao chegar aos 80 anos, poderão assistir - como ela - uma eleição da importância da que ocorrerá no Brasil, em 2010, e saber que os dois principais candidatos à presidência da República foram seus alunos e se consideram, até hoje, seus discípulos. Parabéns e obrigado, Maria da Conceição.

* Maria da C. Tavares, Jornal dos Economistas, Corecon RJ, n º181, p: 8 e 11

José Luís Fiori é professor titular do Instituto de Economia da UFRJ e autor do livro "O Poder Global e a Nova Geopolítica das Nações" (Editora Boitempo, 2007). Escreve mensalmente às quartas-feiras.

terça-feira, 23 de março de 2010

Artigo de Luciana Worms sobre a viagem de Lula ao Oriente Médio

Lula não está “viajando”
Publicado em 23/03/2010 | Luciana Worms

A viagem de Lula ao Oriente Médio foi assunto de todos os jornais da semana passada. Alguns articulistas disseram que a visita do presidente a essa parte do mundo foi desnecessária. Outros o elevaram à posição de grande negociador internacional. O fato é que para se entender por completo a postura não só de Lula como também do Ministério das Relações Exteriores do Brasil precisa-se recorrer a alguns pressupostos.

Quando Lula afirmou que há um “momento mágico” criado por uma crise deflagrada entre EUA e Israel e que esse fato possibilita um acordo de paz entre palestinos e israelenses, ele se referiu à quebra de uma indefectível aliança entre os governos norte-americano e israelense desde a fundação do Estado de Israel em 1948. O apoio dos EUA à fundação do Estado de Israel não foi solitário. O mundo todo apenas fez cumprir uma determinação votada pela Assembleia-Geral da ONU que partilhou, em 1947, a região da Palestina em dois Estados, Palestina e Israel, e que internacionalizou a cidade de Jerusalém.

Ser oposição à Liga Árabe, que lutou contra Israel de 1948 a 1949, era consenso internacional, portanto. Nessa chamada Guerra de Independência de Israel o status de internacionalização de Jerusalém foi ignorado e a cidade foi dominada a oeste pelo Exército de Israel e a leste pelo Exército da Jordânia. Mas quando em 1967 o Estado de Israel ocupou os territórios da Faixa de Gaza e da Cisjordânia com o lado leste de Jerusalém, a ligação entre EUA e Israel deixou de ser compreendida.

Apesar de a política israelense ter incentivado a construção de assentamentos para famílias judias nos territórios ocupados, apenas agora, em 2010, a secretária de Estado Hillary Clinton chamou de insulto o anúncio da construção de mais 1.600 habitações do lado leste de Jerusalém. Essa é a crise a que Lula se refere.

Desde a ocupação da Cisjordânia, em 1967, as autoridades israelenses confiscaram 84% das terras de Jerusalém. Em 1948, não mais de 4% das terras estavam nas mãos de colonos judeus de várias nacionalidades, enquanto outros estrangeiros possuíam 2%, e os árabes palestinos, 94%. Hoje Jerusalém tem por volta de 300 mil israelenses e 100 mil palestinos. Esses palestinos se concentram no lado oriental e o reivindicam como capital do seu futuro Estado. Israel considera Jerusalém indivisível, porque o lado tido como sagrado da cidade é justamente o lado leste.

Até hoje todos os parcos acordos de paz entre palestinos e israelenses sempre esbarraram na disputa por Jerusalém. Em 1993, quando o líder palestino Yasser Arafat e o então primeiro ministro israelense Yitzhak Rabin criaram a Autoridade Nacional Palestina (ANP), a foto do episódio só foi possível porque deixaram para depois as discussões sobre Jerusalém e a volta dos refugiados. Quando em 2000 o primeiro ministro de Israel Ehud Barak chegou próximo de uma conciliação ao propor uma administração compartilhada da cidade, Yasser Arafat não a aceitou sob pena de ser apedrejado pelos palestinos. Por conta disso, Barak perdeu o posto para o líder conservador Ariel Sharon.

De Sharon até agora as coisas pioraram. Em 2005, 8 mil israelenses foram retirados à força da Faixa de Gaza pelo exército de Israel e transferidos para a Cisjordânia. O que parecia beneficiar 2,5 milhões de palestinos só acirrou o conflito. À medida que Gaza foi cercada pelo exército de Israel, transformou-se em reduto do Hamas escolhido pelos palestinos para gerir o primeiro ministério da ANP em 2006 e que prega a destruição do Estado de Israel.

O Hamas conta com financiamento iraniano, e aqui voltamos a Lula. Há quem diga que a pretensão de incluir o Brasil como membro permanente do Conselho de Segurança da ONU está seriamente ameaçada desde que a política internacional de Celso Amorim oficializou apoio a Ahmadinejad. O que me parece é que não há boa vontade em se entender essa postura do governo brasileiro.

Tanto Lula quanto Amorim sabem o que os EUA e Israel fingem não saber. Quanto mais se excluir o governo iraniano, quanto mais se cercar os palestinos com exércitos e muros, mais haverá argumento para atitudes desmedidas como reação. Palestinos que se matam não têm nada a perder e são inspirados no discurso do falecido Aiatolá Khomeini – homem que instalou no Irã o governo teocrático propagandeado hoje pelo presidente Mahmoud Ahmadinejad.

É claro que ninguém em sã consciência apoiará nos dias de hoje um embate nuclear, nem fará coro com quem nega o holocausto. Não é isso que Lula está fazendo. Ele está atrás do que foi pautado para ele. Ser lí­­der dos países periféricos. Lula também busca se colocar em um lugar di­­plomático onde jamais outro brasileiro se colocou. O governo irania­­no é repressivo e arcaico, mas não cabe ao Brasil transformá-lo. O que se precisa é minimizar os argumentos que o Irã tem pa­­ra colaborar com o Hamas entre os palestinos e com o Hizbollah no sul do Líbano.

De grupos como Hamas e Hizbollah não se espera bom-senso, mas dos governos israelense e norte-americano, sim. Lula e Hillary Clinton já entenderam isso. Falta a Benjamin Netanyahu, primeiro ministro de Israel, também entender. Ou esclarecer ao mundo que sua função é justamente impedir que os palestinos consigam finalmente fundar o seu Estado. Para Netanyahu é bom negócio o Hamas no poder palestino, pois assim ele não precisa negociar com quem prega a destruição de Israel. Cabe a Lula tentar mediar o inegociável.

Luciana Worms é bacharel em Direito pela USP, professora de geopolítica e escritora, autora de Brasil século XX – Ao pé da letra da canção popular (prêmio Jabuti em 2003)

sexta-feira, 19 de março de 2010

MPF afirmar que doleiro Funaro não cita Vaccari em depoimento e demoraliza Veja

19/03/10 - Documentação do inquérito do mensalão sobre Funaro não traz informações sobre tesoureiro do PT
O corretor Lúcio Funaro responde em São Paulo a processo por formação de quadrilha e lavagem de dinheiro

O corretor Lúcio Bolonha Funaro responde a ação penal 2008.61.81.007930-6, na 2ª Vara Federal Criminal de São Paulo, especializada em crimes financeiros e lavagem de dinheiro.

A denúncia que gerou a ação penal foi oferecida pelo Ministério Público Federal em São Paulo, em junho de 2008. Lucio Bolonha Funaro e José Carlos Batista respondem pelos crimes de quadrilha e por 33 infrações a artigos da Lei n. 9.613/98 (Lavagem de Dinheiro), em razão de fatos apurados nos autos da ação penal 470 (Mensalão), que tramita no Supremo Tribunal Federal.

Os documentos recebidos da Procuradoria Geral da República, que embasaram a denúncia, oferecida pela procuradora da República Anamara Osório Silva, em São Paulo, demonstram que, através da Garanhuns Empreendimentos, empresa de Funaro e Batista, se garantia a dissimulação da origem e do destino de valores que iam da SMP&B ao antigo Partido Liberal. As transferências chegaram ao valor aproximado de R$ 6,5 milhões.

São sobre essas operações de lavagem de dinheiro que trata o processo, que tramita normalmente perante à 2ª Vara Federal. A última movimentação processual constante é de fevereiro de 2010.

O MPF em São Paulo não pode confirmar se o depoimento de Funaro, concedido em Brasília, se deu sob o instituto da “delação premiada”. De toda forma, o MPF não revela informações, nem o teor desses depoimentos, em respeito à legislação pertinente.

Entretanto, tanto na documentação remetida pela PGR à São Paulo, que embasou a denúncia, quanto na própria acusação formal remetida à Justiça pelo MPF-SP, em resposta a inúmeros questionamentos da imprensa, é necessário esclarecer, não há nenhuma menção ao ex-presidente da Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo (Bancoop) João Vaccari Neto, atualmente tesoureiro do Partido dos Trabalhadores.

Assessoria de Comunicação Social
Procuradoria da República no Estado de S. Paulo

quinta-feira, 18 de março de 2010

Campanha contra o Vaccari é contra o PT

Por descuido da base aliada, a oposição conseguiu aprovar requerimento convocando para depor na CPI das ongs o tesoureiro do PT, João Vaccari. Pergunta: o que tem a ver o caso Bancoop com a CPI das Ongs? Essa CPI não foi criada para investigar as Ongs? Mas Bancoop não é Ong.
Ora, está na cara que a oposição quer mesmo é fazer luta política eleitoral. Com isso pretende desgastar o PT, via ataques gratuíto ao nosso tesoureiro. Com isso também quer diluir a sujeira que levou o governador do Dem, José Ronerto Arruda, para a cadeia. Com isso quer ainda esconder a sujeira por trás da governadora tucana do Rio Grande do Sul, Ieda Crussius.
A militância do PT não pode baixar a cabeça. Essa é uma estratégia dos grandes meios de comunicação, em conluio com a oposição, para atingir o PT e campanha da Dilma Rousseff, que cresce nas pesquisas e já encostou no Serra. Nós temos tudo pra ganhar e governar por mais oito anos, aprofundar as conquistas da revolução democrática do governo Lula.
Temos que encarar e enfrentar uma campanha que não será fácil. Tudo farão pra nos derrotar. Vamos levantar a cabeça, não vamos nos deixar levar por denúncias sem fundamentos, sem prova, apenas com a intenção de desgastar o PT.
Vamos à luta e derrotar a direita!!

Doleiro abre "caixa de pandora" de José Serra

Doleiro da Veja abre a "caixa de pandora" de José Serra
Em primeira mão no blog Os Amigos do Presidente Lula em 15/03/2010 às 12:40


A revista Veja, ao recorrer ao "doleiro" Lucio Bolonha Funaro, abre a caixa de pandora que ronda perigosamente José Serra (PSDB/SP), através das relações com o banqueiro tucano Luiz Carlos Mendonça de Barros.

Lucio Funaro aparece na CPI dos Correios em uma operação que deu prejuízo de R$ 32 milhões ao Banco do Brasil, mas quem aparece ganhando na outra ponta foi a corretora Link, dos filhos de Luiz Carlos Mendonça de Barros.

José Serra e Mendonça de Barros eram tão próximos que, quando Serra era Ministro do Planejamento de FHC, em 1995, nomeou-o presidente do BNDES, declarando "Luiz Carlos .... é uma figura em quem confio sem nenhuma restrição":




Na presidência do BNDES, Mendonça de Barros foi um verdadeiro "sócio" e escudeiro de José Serra na empreitada das privatizações, onde articulava ativamente a montagem dos consórcios privados junto aos fundos de pensão que disputavam os leilões de privatização.

Mendonça foi para o BNDES, saindo da sociedade com André Lara Rezende no Banco Matrix. Segundo o Terra Magazine, o jornalista Luís Nassif viu, em seu livro "Os cabeça de planilha", uma ação deliberada dos formuladores e implementadores do plano Real, na valorização frente ao dolar, com o objetivo de beneficiar a si próprios e a aliados: "Eles tomaram um conjunto de medidas técnicas cuja única lógica foi permitir enormes ganhos para quem sabia para onde o câmbio ia caminhar. E o grande vitorioso desse período é o André Lara Resende, que é um dos formuladores dessa política cambial... O banco Matrix ganhou centenas de milhões de dólares naquele período. O Matrix é do André Lara Resende.", disse Nassif ao Terra Magazine.

Nassif não citou Luiz Carlos Mendonça de Barros, mas ele era sócio fundador do Matrix, desde 1993, saindo da sociedade apenas ao final de 1995, para assumir o BNDES, nomeado por Serra.

Em meio a essa teia de relacionamento da política demo-tucana com o mercado financeiro, eis que surge o depoimento de Lucio Bolonha Funaro na CPI dos Correios, em 08 de março de 2006:

SR. LÚCIO BOLONHA FUNARO: ... a imprensa, ela não tem o intuito de ir a fundo nas investigações, prova disso é o que aconteceu com essa REVISTA ÉPOCA. Numa operação que eu fiz de swap, eu ganho 700 mil reais e sai estampada a minha cara em três páginas da revista; a LINK ganha 31 milhões e 300 mil reais e ele não fala nada, ele fala só de mim.

...Por que o cliente da LINK, e quem é o cliente da LINK, aceitou pagar essa diferença tão grande, nós só vamos poder saber de uma maneira: Quebrando o sigilo da LINK e vendo quem é a ponta final.

... Com operação desse tipo, que dá 32 milhões de prejuízo para a BANCO DO BRASIL... Desses 32 milhões, eu fiquei com 0,25%, um spread perfeitamente aceitável para o tamanho da operação. A LINK ganhou o grosso.

... eu ganhei 0,30, que foi 750 mil reais que o Senhor apurou; 750 mil reais para 33 milhões de reais. Isso aí foi tudo transacionado dentro da LINK, eu não sei quais foram as taxas que foram praticadas no mercado daquele dia. O que tem que se apurar é isso e apurar quem é a ponta final da Link, porque sem a gente saber quem é a ponta final, não dá para saber o que aconteceu.

Lembrando que, a LINK é a corretora dos filhos de Luiz Carlos Mendonça de Barros.

O relatório final da CPMI “dos Correios”, Volume III - Pág. 1504, cita a LINK:

"Em um dos seus mais notórios envolvimentos com empresas estatais, o Sr. Lúcio Bolonha Funaro figurou como contraparte em operações de SWAP frente ao Banco do Brasil, cujo resultado foi um prejuízo de R$ 32 milhões para o Banco e ganho de R$ 656 mil para o Sr. Lúcio Bolonha Funaro, sendo que mais de R$ 30 milhões foram transferidos para a Link Derivativos."

O objetivo da revista Veja é requentar episódios do "mensalão" de Roberto Jefferson. Na falta de escândalo novo, requenta-se os velhos para ajudar a candidatura de Serra. Mas a revista está, sem querer, abrindo a caixa de pandora de José Serra.

Três CPI's e o Ministério Público investigaram exaustivamente os envolvidos do PT no "mensalão" de Roberto Jefferson. Na hora em que as investigações começavam a se direcionar para os demo-tucanos, eram abafadas. Por isso, onde haverá novidades quando se requenta o assunto é justamente nas partes que não foram exaustivamente investigadas ainda, e que atingem em cheio os demo-tucanos ligados a José Serra e FHC.

O rombo de R$ 32 milhões no Banco do Brasil, que foi parar na corretora Link é um bom começo para retomar de onde parou. O sub-relator da CPMI dos Correios, ACM Neto, foi com sede ao pote acreditando que esse dinheiro faria parte do "mensalão" de Roberto Jefferson. Receberam uma ducha de água fria ao descobrirem que foi parar na corretora dos filhos do banqueiro tucano Mendonça de Barros.

Para que mãos finais foi esse dinheiro? Até hoje não está esclarecido.

Mais coincidências:

Lucio Bolonha Funaro é sobrinho do ex-ministro da fazenda Dilson Funaro (governo Sarney), que fez o plano cruzado. Era ligado aos tucanos paulistas (na época todos ainda estavam no PMDB).

Luiz Carlos Mendonça de Barros foi levado para a diretoria do Banco Central por Dilson Funaro, na época do Plano Cruzado.

Enviar por e-mail: Por: Zé Augusto . 12:40:00 PM

http://osamigosdopresidentelula.blogspot.com/2010/03/doleiro-da-veja-abre-caixa-de-pandora.html#links


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Quando do recebimento deste aviso, nao e necessario encaminha-lo para analise, pois a mensagem e anexos ja foram verificados.

terça-feira, 16 de março de 2010

As atas da privatização


Nos últimos dias, depois que a ministra Dilma Rousseff teve sua pré-candidatura lançada, várias vozes se levantaram para acusá-la de mentir sobre as intenções do governo de Fernando Henrique Cardoso em relação à privatização do Banco do Brasil, Petrobrás e Furnas.

Porém, esse memorando de política econômica, de 08/03/1999, apresentando pelo governo FHC ao Fundo Monetário Internacional, não deixa muitas dúvidas sobre as intenções.

Foi outro furo do blog Amigos do Presidente Lula www.osamigosdopresidentelula.blogspot.com/2010/02/dilma-fala-verdade-e-oposicao-mente.html



A ata está nos anais eletrônicos do Ministério da Fazenda www.fazenda.gov.br/portugues/fmi/fmimpe02.asp

segunda-feira, 15 de março de 2010

"A guerra começou. Não seja um desertor", de Mauro Carrara

Operação “Tempestade no Cerrado”: o que fazer?

O PT é um partido sem mídia...
O PSDB é uma mídia com partido...

Mauro Carrara

“Tempestade no Cerrado”: é o apelido que ganhou nas redações a
operação de bombardeio midiático sobre o governo Lula, deflagrada
nesta primeira quinzena de Março, após o convescote promovido pelo
Instituto Millenium.

A expressão é inspirada na operação “Tempestade no Deserto”, realizada
em fevereiro de 1991, durante a Guerra do Golfo.
Liderada pelo general norte-americano Norman Schwarzkopf, a ação
militar destruiu parcela significativa das forças iraquianas.
Estima-se que 70 mil pessoas morreram em decorrência da ofensiva.

A ordem nas redações da Editora Abril, de O Globo, do Estadão e da
Folha de S. Paulo é disparar sem piedade, dia e noite, sem pausas,
contra o presidente, contra Dilma Roussef e contra o Partido dos
Trabalhadores.

A meta é produzir uma onda de fogo tão intensa que seja impossível ao
governo responder pontualmente às denúncias e provocações.

As conversas tensas nos "aquários" do editores terminam com o repasse
verbal da cartilha de ataque.

1) Manter permanentemente uma denúncia (qualquer que seja) contra o
governo Lula nos portais informativos na Internet.

2) Produzir manchetes impactantes nas versões impressas. Utilizar
fotos que ridicularizem o presidente e sua candidata.

3) Ressuscitar o caso “Mensalão”, de 2005, e explorá-lo ao máximo.
Associar Lula a supostas arbitrariedades cometidas em Cuba, na
Venezuela e no Irã.

4) Elevar o tom de voz nos editoriais.

5) Provocar o governo, de forma que qualquer reação possa ser
qualificada como tentativa de “censura”.

6) Selecionar dados supostamente negativos na Economia e isolá-los do contexto.

7) Trabalhar os ataques de maneira coordenada com a militância
paga dos partidos de direita e com a banda alugada das promotorias.

8) Utilizar ao máximo o poder de fogo dos articulistas.

Quem está por trás

Parte da estratégia tucano-midiática foi traçada por Drew Westen, norte-americano que se diz neurocientista e costuma prestar serviços de cunho eleitoral.

É autor do livro The Political Brain, que andou pela escrivaninha de José Serra no primeiro semestre do ano passado.

A tropicalização do projeto golpista vem sendo desenvolvida pelo “cientista político” Alberto Carlos Almeida, contratado a peso de ouro para formular diariamente a tática de combate ao governo.

Almeida escreveu Por que Lula? e A cabeça do brasileiro, livros que o governador de São Paulo afirma ter lido em suas madrugadas insones.

O conteúdo

As manchetes dos últimos dias, revelam a carga dos explosivos lançados sobre o território da esquerda.

Acusam Lula, por exemplo, de inaugurar uma obra inacabada e “vetada” pelo TCU.

Produzem alarde sobre a retração do PIB brasileiro em 2009.

Criam deturpações numéricas.

A Folha de S. Paulo, por exemplo, num espetacular malabarismo de ideias, tenta passar a impressão de que o projeto “Minha Casa, Minha Vida” está fadado ao fracasso.

Durante horas, seu portal na Internet afirmou que somente 0,6% das moradias previstas na meta tinham sido concluídas.

O jornal embaralha as informações para forjar a ideia de que havia alguma data definida para a entrega dos imóveis.

Na verdade, estipulou-se um número de moradias a serem financiadas, mas não um prazo para conclusão das obras. Vale lembrar que o governo é apenas parceiro num sistema tocado pela iniciativa privada.

A mesma Folha utilizou seu portal para afirmar que o preço dos alimentos tinha dobrado em um ano, ou seja, calculou uma inflação de 100% em 12 meses.

A leitura da matéria, porém, mostra algo totalmente diferente. Dobrou foi a taxa de inflação nos dois períodos pinçados pelo repórter, de 1,02% para 2,10%.

Além dos deturpadores de números, a Folha recorre aos colunistas do apocalipse e aos ratos da pena.

É o caso do repórter Kennedy Alencar. Esse, por incrível que pareça, chegou a fazer parte da assessoria de imprensa de Lula, nos anos 90.

Hoje, se utiliza da relação com petistas ingênuos e ex-petistas para obter informações privilegiadas. Obviamente, o material é sempre moldado e amplificado de forma a constituir uma nova denúncia.

É o caso da “bomba” requentada neste março. Segundo Alencar, Lula vai “admitir” (em tom de confissão, logicamente) que foi avisado por Roberto Jefferson da existência do Mensalão.

Crimes anônimos na Internet

Todo o trabalho midiático diário é ecoado pelos hoaxes distribuídos no território virtual pelos exércitos contratados pelos dois partidos conservadores.

Três deles merecem destaque...

1) O “Bolsa Bandido”. Refere-se a uma lei aprovada na Constituição de 1988 e regulamentada pela última vez durante o governo de FHC. Esses fatos são, evidentemente, omitidos. O auxílio aos familiares de apenados é atribuído a Lula. Para completar, distorce-se a regra para a concessão do benefício.

2) Dilma “terrorista”. Segundo esse hoax, além de assaltar bancos, a candidata do PT teria prazer em torturar e matar pacatos pais de família. A versão mais recente do texto agrega a seguinte informação:
“Dilma agia como garota de programa nos acampamentos dos terroristas”.

3) O filho encrenqueiro. De acordo com a narração, um dos filhos de Lula teria xingado e agredido indefesas famílias de classe média numa apresentação do Cirque du Soleil.

O que fazer

Sabe-se da incapacidade dos comunicadores oficiais. Como vivem cercados de outros governistas, jamais sentem a ameaça. Pensam com o umbigo.

Raramente respondem à injúria, à difamação e à calúnia. Quando o fazem, são lentos, pouco enfáticos e frequentemente confusos.

Por conta dessa realidade, faz-se necessário que cada mente honesta e articulada ofereça sua contribuição à defesa da democracia e da verdade.

São cinco as tarefas imediatas...

1) Cada cidadão deve estabelecer uma rede com um mínimo de 50 contatos e, por meio deles, distribuir as versões limpas dos fatos.
Nesse grupo, não adianda incluir outros engajados. É preciso que essas mensagens sejam enviadas à Tia Gertrudes, ao dentista, ao dono da padaria, à cabeleireira, ao amigo peladeiro de fim de semana. Não o entupa de informação. Envie apenas o básico, de vez em quando,
contextualizando os fatos.

2) Escreva diariamente nos espaços midiáticos públicos. É o caso das áreas de comentários da Folha, do Estadão, de O Globo e de Veja. Faça isso diariamente. Não precisa escrever muito. Seja claro, destaque o essencial da calúnia e da distorção. Proceda da mesma maneira nas comunidades virtuais, como Facebook e Orkut. Mas não adianta postar somente nas comunidades de política. Faça isso, sem alarde e fanatismo, nas comunidades de artes, comportamento, futebol, etc. Tome cuidado para não desagradar os outros participantes com seu proselitismo. Seja elegante e sutil.

3) Converse com as pessoas sobre a deturpação midiática. No ponto de ônibus, na padaria, na banca de jornal. Parta sempre de uma concordância com o interlocutor, validando suas queixas e motivos, para em seguida apresentar a outra versão dos fatos.

4) Em caso de matérias com graves deturpações, escreva diretamente para a redação do veículo, especialmente para o ombudsman e ouvidores. Repasse aos amigos sua bronca.

5) Se você escreve, um pouquinho que seja, crie um blog. É mais fácil do que você pensa. Cole lá as informações limpas colhidas em bons sites, como aqueles de Azenha, PHA,Grupo Beatrice, entre outros. Mesmo que pouca gente o leia, vai fazer volume nas indicações dos motores de busca, como o Google. Monte agora o seu.

A guerra começou. Não seja um desertor.